Movimentos
Sociais Contemporâneos
Movimentos
sociais nascem a partir de uma falta
sentida, por exemplo, quando as pessoas percebem que algo vai mal,
sentem-se oprimidas, inseguras, ou percebem alguma injustiça. Os movimentos
sociais também podem nascer a partir de uma meta visada. No caso, quando se coloca um objetivo comum pelo qual
os indivíduos se dispõem a lutar.
Ao
longo do tempo, todas as sociedades foram marcadas por lutas sociais que
visavam transformar suas formas de relacionamento social, econômico, político,
etc. Notadamente no Brasil, à época colonial, as lutas tinham por objetivo a
libertação da exploração da metrópole portuguesa.
Mais
recentemente, durante e logo depois do regime militar, as lutas sociais
convergiram para o objetivo de se conquistar o direito a ter direitos. Foram
marcados por reuniões políticas, treinamentos, trabalhos de base, mobilizações
e manifestações de rua.
Na
contemporaneidade, os movimentos sociais caracterizam-se por novas formas de
manifestação que diferem dos movimentos sociais que ocorreram ao longo de toda
a História das sociedades.
Dois
foram os principais fatores que influíram nessas mudanças: o modo de fazer
política, a partir da Constituição Federal de 1988 e o advento da informática
nos anos 1990 e sua popularização nos anos seguintes.
A
partir da Constituição Cidadã, como ficou conhecida a nossa Carta Magna, um
novo modo de se fazer política foi inaugurado, corroborando com a nova
configuração social do individualismo, essência do capitalismo, que esvaziou o
sentido de coletividade da família e da sociedade em geral.
A
popularização da informática e o forte estímulo ao consumo levaram à
“privatização” da família e ao esvaziamento dos espaços públicos coletivos.
O
uso da informática tem sido utilizado largamente nos novos movimentos sociais e
se constituem em ferramentas que atingem grande número de ativistas e de
militantes.
Esse
modo de mobilização de pessoas via meios virtuais implica num risco muito menor
quando comparado aos modos de mobilizações tradicionais, ou off-line, entretanto, não é capaz de
causar mudanças sistêmicas.
Então,
para obter-se um resultado melhor, é necessário combinar formas on-line e off-line de trabalho quando se pensa em um movimento social que
traga de fato transformações sistêmicas para a sociedade.
Por
outro lado, a instituição de políticas públicas caracteriza uma inversão de
ações no que diz respeito aos movimentos sociais, ou seja, as políticas
públicas trazem prontas propostas que supostamente atenderiam certas
necessidades da população, antes que a população se mobilize para reivindicar o
atendimento de suas necessidades.
Mais
uma vez a coletividade fica prejudicada, uma vez que esse tipo de ação é
dispensável pelo atual modelo de se reivindicar.
A
criação dos Conselhos de Direitos, pode representar, nesse sentido, uma
tentativa de resgatar esse caráter coletivo, uma vez que é composto pela
paridade de membros representantes do poder público e membros da sociedade
civil organizada, que seriam os representantes dos grupos sociais interessados
no desenvolvimento de políticas públicas a seu favor.
O
objetivo de todo movimento social, independente do contexto histórico ou da
época em que se desenrola, numa sociedade democrática, é deixar de existir, ou
seja, é ter, ao menos em parte, as suas reivindicações atendidas.
Na
contemporaneidade, há que se levar em conta esses fatores para que o objetivo
almejado seja efetivamente alcançado.
São
esses fatores discutidos nas aulas de Movimentos Sociais, na graduação de
Serviço Social da Faculdades Anhanguera, para que se compreenda a diferença do contexto atual em relação
ao contexto de alguns anos, bem como, para que se compreenda a propositura de
políticas públicas que não levem em conta as aspirações dos grupos sociais
locais, enquanto futuro Assistente Social.
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