Concurso TJ/SP 2017 - Livro 1 - publicação 6



Concurso: Assistente Social Judiciário - TJ/SP - 2017
(data da prova escrita: 11 de junho - acompanhe em www.vunesp.com.br)

Comentários de livro relacionado na bibliografia

Referência da obra:

Título: Política Social, Família e Juventude
Subtítulo: Uma questão de direitos
Organizadores: Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina Leal
Edição: 6ª
Editora: Cortez
Ano: 2010

Referência desta publicação: 
Parte I: Família na Contemporaneidade
Capítulo 2 - Novas propostas e velhos princípios: a assistência às famílias no contexto de programas de orientação e apoio sociofamiliar
Autora: Regina Célia Tamaso Mioto

A família no contexto de programas de apoio sociofamiliar

Mioto (2010) entende que um dos pontos principais constitutivos dos processos de assistência às famílias é a crença ideológica que divide a família em dois grupos distintos: famílias capazes e famílias incapazes (de prover a proteção social de seus membros). Essa responsabilidade é atribuída às famílias independentemente de suas condições objetivas e da própria dificuldade de convivência entre os membros. Destaca ainda que esse conceito encontra-se fortemente arraigado em autores de propostas de políticas sociais, em técnicos e também no senso comum.

A capacidade protetora da família ocorre via mercado, trabalho e organização interna e quando esses elementos estão ausentes ou são ineficientes a família é apontada como incapaz ou “desestruturada”. Assim, é necessária uma intervenção externa para garantir a proteção de seus membros que, via de regra, implica na ação do Estado.

Citando Donatti (1996) a autora coloca que o interesse político ou sociocultural recai sobre essa perspectiva patológica da família, ou seja, mesmo a família sendo problemática em si mesma, é invocada, nesta visão, como se fosse ideal.

Mioto (2010) finaliza alertando que essa visão hegemônica da família é frequente no cotidiano dos serviços oferecidos nos programas de apoio sociofamiliar, identificados a partir de três pontos:

1.   Presença de concepções estereotipadas de família e de papéis familiares;

2.   Prevalência de propostas residuais;

3.   Canalização de ações em situações-limite e não em situações cotidianas.


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